segunda-feira, 30 de junho de 2014

PÁSSARO MOTIVADOR



            Depois de saber que os sonhos dariam certo, caminhei pela praça com um sorriso no coração. Claro, os meus dias andam nublados, mas não apago o meu riso que ri porque gosta de rir. A vida bate, mas agradável está em apanhar de um pássaro.
            Cheio de tempo e pressas caminhei em direção à Biblioteca Pública. Notei que havia pessoas paradas, conversando de pé, enquanto outras, que trocavam risos, ocupavam os bancos. O jardineiro cumpria seus serviços do outro lado da praça.  Não pensei nas árvores, nem nos pássaros, nem nas pessoas que ali estavam, mas cogitei a paz dos livros.
Enquanto caminhava de cabeça baixa, senti algo batendo em mim, notifiquei.
Duas dores ameaçavam a minha cabeça: o salário do mês e as bicadas de um pássaro que protegia o filhote. Não sei se fui levado ou se fui bicado até a porta da biblioteca, sei apenas que caminhei, forçado a andar de cabeça erguida, sem pensar no fim do mês. A ave tinha toda a praça à sua disposição e preferiu o meu caminho. Rondava minha cabeça insistentemente, me impedindo de olhar para o chão. Tive de erguer a moral, troquei a tristeza por momentos de riso. Apanhei, mas continuo amando os pássaros.
A volta.
Houve conflito. “Ou isto, ou aquilo”. Quando era criança Cecília Meireles alertara em seu poema. Ou protegia a minha cabeça das bicadas ou cuidava para que não pisasse no filhote sob meus pés. Preferi a opção subjetiva no poema, a escolha. Escolhi fugir.
Houve luta no meu retorno.  O pássaro, no mesmo lugar, vigiava o filhote, mas eu tinha um livro na mão. Usei-o para proteger a cabeça. Livros são ótimos para proteger a cabeça.
Entro na sala de reunião depois de algum tempo, a mente cheia de cenas. Não tinha mais o baixo astral de antes, tinha risos e metáforas. Quando ‘pessoas’ não mais fazem o bem, eis que a vida usa um pássaro para que se erga a cabeça.
“As notícias não são agradáveis” – ouço alguém dizer – “tudo está pela metade. Essa gente quer ser grande, mas as ideias são pequenas”.

Ouço. Nada digo. Reviro os meus avessos e, com cara de cachorro que chegou do passeio, me assento no sofá, querendo entender a vida que atormenta e usa humanos para provocar dor. Alegro-me em saber: A vida bate, mas agradável está em apanhar de um pássaro. 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

POESIAS & AMIGOS


PAÍS DE GUETO


 Não vim aqui falar 
 De branco ou " preto "
 Vim pra informar
 Com todo respeito 
 O que acontece no gueto
 
 Com esperança no olhar
 Logo a se apagar
 De um povo direito
 Um povo a chorar
 O coração bate ao peito
 
 Sem medo buscam
 Buscam se libertar
 Pois os que prometem ajudar
 São os que implantam
 Frustrações e revoltas no olhar
 
 Morre mais um guerreiro
 De um crime não feito
 Já era já foi!
 Em meio ao tiroteio
 De um atira primeiro
 E pergunta depois
 
 Pra um povo oprimido
 Sem chão, 
 Sem opção, 
 O legado de preto
 Pois é , é a realidade do gueto.

♫ 

  AUTOR: Joseph Marie Manic Neto

Aluno da Escola Zilda da Frota Uchôa
Junho/2014
Vilhena - Rondônia


sábado, 21 de junho de 2014

RETICÊNCIAS



E...
Quando o voltar voltar, quero saber o que sente um partir. Se depois de um abraço houve apego aos sonhos buscados. Se depois das despedidas guardou no canto dos olhos uma lágrima tímida. Se depois de algum tempo se estabeleceu dentro de si mesmo. Se as chegadas chegam pra ficar, se ficam porque se entusiasmam ou por necessidades. Se as esperanças acreditam mesmo nas esperas. Se a fé tem mesmo fé e se a razão crê na razão.
Quando o partir partir, quero saber sobre os sentimentos de “um voltar”. Fez compras em um lugar qualquer? Olhou pela vidraça? Entregou-se nas paisagens das estradas, desenhou as ruas, restaurou prédios antigos, casas em ruínas ou fez planos diante do portão antes de entrar na casa nova e descansar?
Quando “o ficar” ficar depois de ter partido e voltado, pretendo entender os anseios de uma inconstância. Valeu a  pena ter partido? Valeu a pena ter voltado? Mais ainda, vale a pena ficar depois de saber que as reticências só possuem direção após dialogar com as palavras? Na verdade, podemos partir. Ir. Voltar. E sem sair de dentro de nós mesmos, absorver os movimentos da vida.
         

terça-feira, 17 de junho de 2014

NOSSA LINDA CANÇÃO


NOSSA LINDA CANÇÃO



Na manhã que acabara de nascer, a gente escolhia fotos. O tempo escorria devagar por entre os nossos diálogos. Nenhuma imagem preenchia o coração dela. Em mim restava a procura. Estar perto era melhor que todas as imagens selecionadas. Nossos risos se tocavam, nossos pensamentos se compreendiam e os nossos acenos se buscavam como notas compondo uma melodia. Eu não estava ali pela manhã que sorria merecendo um verso, mas pela proposta de colher uma bela imagem. No vão das outras coisas a serem feitas, me deixei escapar. Há momentos que são únicos. Todos os momentos são únicos. Escolher fotos era um desses momentos.
A canção que tocava do outro lado da rua era a que precisava tocar dentro de nós. E tocava. Sem ser preciso parar a escuta. 
 Vivemos à busca de instantes para que não percamos as lembranças de um dia. A música tem esse poder, o de levar-nos a lugares distantes, dentro de nós, em poucos segundos. E sem que a gente queira, lá procuramos o que nos alivia já.  As reminiscências não precisam ser de ontem, basta gostarmos dos segundos de um “ainda há pouco”. Quanto tempo dura um “agora”? Agora mesmo já toco o inesperado. Uma fotografia procurada é inesperada. Mesmo sendo a mesma. O inesperado está no olhar da segunda vez.

 Seus olhos não me olhavam, mas sei que me via pelas palavras. Vi o azul se destacando em suas vestes e senti o céu ingressar em meus labirintos. Ela exalava ternura e graça. Sua voz com maciez de Bossa Nova e seu olhar de melodia que move os acordes eram a poesia procurada nas imagens, a completar o seu poema que acabara de nascer.


sábado, 14 de junho de 2014

SOMOS BRASILEIROS!



SOMOS BRASILEIROS




Então xingaram a presidenta.
Reclamaram dos partidos
Fizemos protestos nas ruas
Escondemos O SILÊNCIO!


Meias metades
A politica
A organização
Os estádios,
O Gramado, não!

Mas as vias...
Os árbitros...
Os conceitos de gente da televisão...
Coitado do México!
Do Fredy que caiu
Da Croácia que rugiu
Do japonês que não viu
Coitado do Brasil!


Aqui xingam o presidente
Aqui, não temos educação
Onde já se viu, xingar uma autoridade?

Somos Brasileiros!
Aqui xingamos
Com xingamentos profanos.

Foram tantos anos
Que eu já nem sei para onde foram as escolas
Onde foi parar a educação?


Educados e crescidos
Brasivistos, Brasilidos, Braseventos
Aqui xingam as autoridades
Somos um povo alegre
Que tem caipirinha e samba nos pés

Somos brasileiros! Somos brasileiros!
Cantamos o hino, quase de cor
A letra é muito comprida
Não temos tempo para aprender
Ser feliz é o que basta
Não importa a inteligência

Então xingaram um presidente?!
Eu no meio dessa gente
Sou brasileiro
Sou estrangeiro
Sou utopia
Marcada.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

POESIAS & AMIGOS


NILL CRUZ VILHENARTS "ENTREVISTAS"

Quem fará parte da página “Poesia e Amigos” é a minha amiga Suzane Schmitka. Revisora, escritora, jornalista, cantora e agora professora de língua portuguesa. Nesse bate-papo, falaremos de literatura e música, algo muito presente na vida dessa artista vilhenense.
 ♫


NILL CRUZ: Suzi, fale da sua relação com a literatura e como foi o seu primeiro contato com os livros e quais livros você prefere.
SUZI Meu primeiro livro foi “O gato com frio”, de Mary e Eliardo França, na primeira série. Eu gosto de literatura antes mesmo de saber escrever, gostava de inventar histórias e ficava horas olhando nos livros para aqueles símbolos, querendo saber o que significavam, antes de aprender a ler. Atualmente, meus favoritos são Lolita, de Vladimir Nabokov, porque foi um divisor de águas na minha forma de encarar a literatura, e um livro de contos da Lygia Fagundes Telles, cujo nome não lembro, mas que tinha os contos “As cerejas” e “A estrutura da Bolha de Sabão”. Meu tipo atual de leitura são os teóricos da literatura e poesia, muita poesia, inclusive haikais.

NILL CRUZ Quais autores você gosta mais e o que você tem lido ultimamente?
SUZI ♪ Meus autores favoritos são os rebeldes e os abandonados pela crítica. Tenho lido Elizabeth Bishop, Ana Cristina César e Julio Cortázar. Ficção científica e romances pós-apocalípticos também estão nos atuais favoritos.

NILL CRUZ Como foi estudar letras e por que você escolheu esse curso?
SUZI ♪ Foi fantástico. Eu tinha dúvidas entre Jornalismo e Letras, mas optei por Letras porque queria algo relativo a leitura e gramática. Acabei enveredando pela Teoria Literária, disciplina na qual pretendo me especializar com o Mestrado, e indico a todos que conheço e que gostam de ler o Curso. Fácil não é, é preciso paixão pela coisa para ir até o fim. Mas a recompensa é incomparável. Você nunca mais lê, ouve música, vê um filme do mesmo jeito novamente. A gente aprende muito do ser humano quando se aprofunda na literatura e na linguagem. Houve momentos em que eu quis mesmo desistir. Mas foram minutos apena: final de semestre, pressão, nota baixa. Depois eu voltava mais empolgada ainda. Era só reler algum dos meus autores favoritos. Eu escolhi Letras soa meio estranho, na verdade o curso e eu nos trombamos por uma feliz coincidência do acaso. Não me imagino em nenhuma outra área. Talvez História. Talvez.

NILL CRUZ: Agora que você terminou o curso de letras, o que pretende fazer, quais os seus planos? Vai atuar no ramo do ensino?
SUZI ♪ Não tenho o dom para ser didática, para transmitir o conhecimento do jeito que é preciso na escola. Vou fazer o Mestrado e continuar na área da pesquisa, mas por enquanto o foco é no curso de inglês, e futuramente tentar a área de tradução, que sempre foi um objetivo distante.

NILL CRUZ: Como é para você trabalhar num jornal?
SUZI ♪ Uma loucura. A parte da repórter me faz conhecer gente todo dia, lidar com a história da cidade e com os rumos do futuro, reunir informações, escolher o que vou mostrar e o que não posso, é uma baita responsabilidade, eu acredito. A parte da revisão é mais minha área, deixar o texto claro e uniforme para os leitores. A parte em que edito textos também tem mais a ver com Letras, é dar forma ao texto. Eu gosto muito. É bom chegar num lugar e as pessoas comentarem sobre meus textos, ou ver que uma matéria minha foi útil pra comunidade.




NILL CRUZ: Fale um pouco do seu lado musical e de como foi o seu primeiro contato com a música.
SUZI ♪ Música? Eu gosto, trabalho ouvindo, me divirto com ela. Eu comecei também por acaso, aos quinze anos, quando uma amiga me chamou pra aulas de violão. No começo era meio desleixada, mas depois peguei gosto e hoje em dia tem vezes que prefiro ser só violonista. Música está em tudo, e tem uma intersecção bacana com a literatura, com a poesia e a sonoridade das palavras. Música também é uma linguagem universal quando é só o som. Eu amo, mas não seguiria carreira na área, acho que sou melhor escrevendo.

NILL CRUZ: Qual a sua linha/estilo musical?
SUZI ♪ Alternativo, um pouco de folk. Voz e violão, acústico. Devo meu nome a uma cantora assim, a Suzanne Vega, e até hoje meu estilo se identifica: Leonard Cohen, Jeff Buckley, John Mayer, e por aí vai, sou bastante eclética, cresci ouvindo Dire Straits e Christian e Ralf.
NILL CRUZ: Qual cantor te inspira mais?
SUZI ♪ A Suzanne Vega. Parece até egocentrismo, mas gosto das letras dela, ela tem formação em literatura e escreve muito bem. É introspectiva e mesmo hoje em dia segue fazendo shows intimistas pelo mundo. Pra mim isso é um artista de verdade, que faz pela música, não pela fama.

NILL CRUZ: Para finalizar deixe uma mensagem.


SUZI ♪ Eita... Eu diria que todos nós podemos mudar o futuro, que não existe essa de destino e cartas marcadas. Devemos decidir e tentar ser pessoas melhores todos os dias, que o universo devolve para nós tudo, tudo o que oferecemos. Ser bom é a forma mais rápida de ser feliz, por conta própria, e de uma felicidade que vem de dentro, então ninguém pode roubá-la de você, porque ela não está depositada em ninguém nem em coisas materiais. Podem existir dias tristes, são coisas da vida, mas a gente aprende a atravessar as tormentas com mais serenidade. E uma palavra: serendipidade. Foi dicionarizada este ano, só existia no inglês. Significa encontrar coisas boas sem estar necessariamente procurando por elas.


* Acesse o youtube e veja mais outros videos:

                       https://www.youtube.com/watch?v=1DrfqaBEcpQ

♫                    

quinta-feira, 12 de junho de 2014

DEPOIS EU CONTO OS DIAS


            O sábado chegou. Só então percebi: haviam se passado duas semanas. Os dias escoaram pelas fendas da minha alma. Mas não foi por culpa do tempo passando sem me esperar segui-lo. Espero tanto pelo amanhã que me falta coragem para me inundar das alegrias de ‘um hoje’. Em quais fenômenos meus pensamentos demoram mais? Se sei, não sei. Sei tão pouco de mim, mesmo sondando o meu pensar. Ter amizades leais. De pouco tempo ou de tempos longos. Gastar tempo cultivando amigos sem esperar trocas. Seria assim a vida, mas somos tão parte um do outro que um silêncio inesperado embaraça os nossos futuros. Não sei qual distância separa dois seres, a distância da comunicação ou a distância do entendimento. Os acontecimentos nos caminhos alteram a razão de um homem. De qual lado se lê um palíndromo? Li em minhas esperas um desejo por palavras. Nos dias atuais, sentimos mais que ouvimos. Os amigos já não falam mais aquelas falas de ouvir, escrevem-nas e as palavras eu as leio como se as ouvisse.
Ana Marisa não havia escrito nada.
Depois de meses intensos de conversas e risos, vi desaparecerem minhas convicções. Há momentos em que a certeza também se enche de dúvidas. O oposto também vale, a dúvida crê nas suas certezas. Não sei descrever o sentimento de como as pessoas chegam até nós, sei da dor abrupta de uma retirada. No princípio, aproximamos pelo carisma e se permanecemos é porque nos valeu a atração. O encanto não cobra interesse, mas para ter interesse é necessário que haja encanto. Somos a intermitência do tempo. Situado entre a presença e a ausência.
Quinze dias sem notícias.
Depois que se instalam na gente, as pessoas não se ausentam mais sem deixar ranhuras. As esperas reclamam. As procuras se agitam buscando respostas. Abri a caixa de entrada e fui à busca de algum recado. Mais um dia sem sinal. O meu último recado ainda estava lá, buscando ser lido. A derradeira frase dela também estava lá, ‘escritando’ o tempo em mim.

            Aos domingos o dia não precisa amanhecer. Dormir até tarde me eram os planos costumeiros, mas preferi levantar e reler a última conversa. Na verdade esperava vê-la “on”. Falar com ela sobre os meus tempos e proclamar a sua ausência contando os dias. Antes que eu pudesse abrir o chat, algumas buzinadas no portão. Ela viajou para me ver. Estava “on” na minha sala. Eu estava “on” no seu abraço. Depois de já estabelecida a surpresa, a alegria da sua presença deixou “on” na minha cabeça: ser feliz quando você chega, depois eu conto os dias. 


domingo, 8 de junho de 2014

O MENINO DE DENTRO.


            Ele estava chorando quando sentei ao seu lado. Sem saber a razão, também chorei. Moro na fronteira do meu eu. Sou mau e sou bom. Dependo de saber de qual lado estou. Não sei dizer muito. E o tudo que poderia ali pronunciar, preferiu se calar. Situava os sentimentos do menino em todos os lugares. Estava em mim. Estava no silêncio do mundo. No silêncio das pessoas. No silêncio de um olhar. No barulho dos passos das pessoas que passavam, observando-nos sentados na calçada. Estava no silêncio dos que olham o mundo com pressa e no agito dos que sentem o mundo devagar.
            Tanto eu quis dizer, mas não falei. As palavras se ajuntavam descoordenadas na minha mente. E tudo que sobreveio foi a intenção de um gesto. Não! Não foi um abraço. Nem afagos de mãos. Foi silêncio. Foi a calçada dividida. Foi o nosso olhar raspando o sol que se despedia. Foram as indagações arregaçando os sentimentos, sentindo o que ninguém mais sentia. Enxergando o que ninguém mais via.
              Éramos “singular plural”. Um “nós” singular. Desafeiçoados do mundo.
           Não éramos conhecidos. Nem de fala, nem de vistas. Mas ajuntamos ali as emoções, sem saber a causa.
Tínhamos uma causa: chorar.
Tínhamos os mesmos cenários. Tínhamos as mesmas dores. Humanas. As pessoas iam e vinham. Outras atravessavam a via, vindo e indo. Às vezes, as mesmas pessoas cumpriam o mesmo trajeto, seguidas vezes.
            Com o olhar molhado, nos olhamos. Envergonhados, escondemos o rosto e retornamos ao diálogo das lágrimas. Após cinco minutos, um abraço nos colocou no seio da vida. Voltamos a ser ruídos. Sem nos olhar, caminhamos por vias opostas levando conosco o silêncio que nos colocou no choro do mundo.




terça-feira, 3 de junho de 2014

POESIAS & AMIGOS


F R A G M E N T S
http://poesiasnlc.blogspot.com.br/

Quando sou frágil
Sou fragmentos.
Quando insegura
Indefinição.
Quando ansiosa
Emoção.
Quando confusa
Turbilhão.
Quando preocupada
Agitação.
Quando com saudades
Sou paixão.
Quando arrepiada
Tesão.
Quando casulo
Sou borboleta.
Quando fora de mim
Dentro de você.

N.L.C.