VERÔNICA ME FEZ SABER
Seu olhar me
gritou. Seu sorriso me trouxe ao mundo. Tudo estava “de repente” e, naquele
espaço, adolescentes brincavam. No meio de tantas falas, uma frase me conectou
à vida: “Eu quero Jardins”. A vida precisa de jardins em todos os tempos e em
todos os passos das pessoas. Pensei, sentindo a elevação do tempo em mim. Na
intenção de melhorar o meu ser, esqueci que no fundo queremos jardins. É
interessante observar uma multidão, cada um segue em uma direção e no final
encontram os seus propósitos. Meus passos não seguiam para lugar nenhum, meu
coração sim. Parado e com uma caneta na mão, segui uma estrada dentro de mim:
as palavras. No momento em que me localizei, sentado, plantei flores. Meu
jardim estava árido, as flores murchavam e os canteiros precisavam de uma
reforma. Olhai os lírios do campo, Jesus disse quando a multidão lhe apressava.
Eu queria pressa e Verônica, jardins.
Os alunos se afastavam lentamente,
rumo às salas. As horas iam se desgastando e os segundos matavam o tempo que
passava sem querer saber que eu queria “jardins”. Diante dos meus olhos, uma
folha em branco encheu-se de júbilo, sabendo que receberia flores em forma de
palavras, e foi isso que plantei. Rabisquei-a. As flores brotaram... Ganharam
vida...
A folha pareceu sorrir quando Sabrina
a tocou. Leu, e o poema fora entregue à menina, que jogando, queria jardins.
Sabrina e Verônica leram o texto em
voz alta. Meu coração se derreteu com a surpresa. Faltavam tantas coisas em mim
naquela manhã em que eu deixara o hospital. Mas Verônica me fez saber, eu
também quero Jardins.
♫