quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

SOBRE O AMOR, JOGO SUBJETIVO



"Fica subjetivo o que vou dizer no encontro dessas letras. Fica subjetivo o som dessa prosa, semelhando poema, reverberando poesia. A intenção, a construção, a harmonia. O ritmo dessas frases em movimentos. As feituras de inspiração emitindo poesia. Feituras de criação enquanto estende o dia. Feituras de vida, de alegria.
Fica subjetiva a estimação do verbo Conhecer, que fez ir. Que fez voltar. Que ousou conversar e nas procuras te viu sonhando.
Fica o esperar o tempo. O querer mais tempo, o esquecer do tempo e o tempo que escapa sem medo de deixar para trás, corações subjetivos. Fica o tanto que foi dito, o pouco acreditado e a porção imaginada.
Ficam subjetivas as falas certas e também as erradas. As entendidas, as incompreendidas e as sem efeitos. O olhar que falou, o olhar que não disse e o olhar que revelou, e subentendido, o olhar que você entendeu.
Fica subjetivo o silêncio que permitiu a percepção da presença, e também o barulho que questionou o vazio da ausência. O anseio que esperou as chegadas e o temor que reclamou as idas. O encontro é subjetivo, nele mora o encanto e todo encanto é particular.
Fica subjetivo o deslizar de mãos, o roçar de lábios e a união dos sentidos num querer ilusório. Fica em silêncio a nossa história começada. A nossa conexão, ameaçada por um sentimento, subentendido na flexão do verbo te adorar. Te adorar, como qualquer outra forma de admiração, é lúdico. Toda ludicidade é subjetiva.
Fica subjetivo tudo o que eu disse, mas que não fica camuflada a sensação de viver. Nem seja subjetiva a emoção que grita e reinaugura o homem, subentendido."

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